sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Oração


Desse destino incerto aos meus olhos, 
Restando entre as frestas um céu que eu nunca vi, 
E um poema silencioso. 
Deus... Se a hora é precisa, 
Nos lábios que eu beijo, 
Guarda os vestígios da minha mortalidade, 
Dos tempos de sol, 
Quando o tempo vazio dos meus pensamentos, 
Erguiam castelos de sonhos...
Perdoa-me, meu amor...
Minhas asas... Precisam voar, 
e voltar para o seu coração...
Tudo que perdi... 
Eu já me esqueci...



terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Às Margens da Maré




Essas ruas que sigo, 
Em que tempo não mais existirão?
Essas últimas roseiras, onde crescerão?
E nas janelas dos prédio de última geração, 
Quem não terá se suicidado?
Existirá papel quando ninguém mais quiser escrever?
Esse tempo de tantos adeuses, 
Quem quer se encontrar realmente?
Os casulos escuros dos nossos cobertores, 
Nossas feridas sem cura, 
A letargia diante da chuva que tudo alaga....

Mas ainda ouço pássaros...
Posso comprar um vestido de festa. 
Posso imaginar o amor eterno, 
Nesse Deus eterno, e cansado. 
Deus que quer esquecer das roseiras, 
E de tantos corações partidos. 

Uma Poesia






Dos lábios que se partem, 
Nessas horas de solidão. 
O amor, essa matéria que nos divide, 
No labirinto de espelho...
Como posso amar algo além, 
Ilusão frágil, espinhos no caminho.
As palavras, meu abrigo. 
Mentiras que eu não conto para mim. 
Vejo um rio distante. 
Neve que queima. 
Dois pássaros que voam...
É muito pouco essa distância?
Meus dedos, pequenas ilhas, 
Que tocam meus lábios, 
E inventam meu desejo. 
Meus dedos, pequenos escravos, 
Tocaram algumas nuvens...
Tudo virou pó. 


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