sábado, 25 de janeiro de 2014

Solidão

 
 
 
Essas metades que nos partem...
Existem histórias que nunca serão contadas,
E lágrimas que não precisam ser choradas.
Mas o tempo do orvalho é eterno.
Como a poeira do meu amor imaculado.
Hoje é sempre a minha última tentativa.
E me esqueço das florestas de pinheiros.
O luar parece o mesmo.
As estrelas que não existem mais ainda brilham.
Eu ando pelas ruas...
Sinto inveja até,
Dos quartos escuros.
Dos poemas de corações empedrados,
Que se agarram à suas solidões...
Esse refúgio da mentira de nossa vaidade,
E traidora da beleza de um sorriso,
Ou de uma lágrima de felicidade.
 
 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Beco

 
 
 
 

Às vezes a vida nos leva à becos sem saída.
Tão escuros e pensamos em voltar atrás,
Arranjar alguma vela.
Que palavras medonhas jamais teriam sido escritas,
Se não fosse exatamente um muro que se fechava atrás de nós?
E nesse chão de tantas pedras,
Nossos próprios muros caídos.
Mas basta erguer os olhos,
A visão sempre turva pela falta das lentes de contato,
E enxergar a luz lá adiante,
Roubada de alguma estrela.
Para nos guiar em seus rastros gelados,
E tentar fugir do calor artificial,
Dessas lâmpadas elétricas.
E desses fornos micro-ondas de última geração.
... 
Preciso de um copo de vinho.
Envelhecido na boca de algum poeta.
 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Roupas Nuas

 

Minhas roupas...
Poucas roupas,
Seios de sobra.
Deixo-me nua no céu azul,
As nuvens meu leito,
Num sonho...
Poucas roupas,
Os vestidos coloridos nos cabides...
Quem demora à essa hora?
Largos passos indecisos...
Boto fogo nos vestidos.
Já me viram nua, houveram pedras...
E agora danço.
Tiro minhas roupas no palco vazio.
Nem era atriz, não sabia fazer chorar.
E quem assistia, Meu Deus...
Já sabia.
 
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