LENDO...


Esse romance, que eu peguei à esmo na prateleira da livraria, tem me surpreendido por uma série de coisas...Dividido em três histórias, estou terminando a primeira, onde dois homens seguem à esmo pelas montanhas do Lesoto, na África, unidos por uma atração comovente, algo que os une e ao mesmo tempo os afasta. Me faz pensar que quase sempre somos assim... Há sempre algo no outro que desejamos, que queremos invadir... Mas quanto mais nos reconhecemos, maior o medo de se aprofundar em nossos próprios abismos.



                                                A libélula dos seus oito anos


Estava eu na Livraria da Vila, como de costume durante a hora do almoço aqui na Vila Madalena, quando resolvi me aventurar nas estantes das lombadas coloridas, certa que devido à dificuldade de encontrar por acaso um livro que te chame a atenção, são esses os definitivamente os mais caros, e especiais, é claro. Então encontrei esse, que devorei em dois dias, e confesso que depois de situações hilárias do início ao fim, sobre uma menina obrigada a deixar o anonimato e virar um celebridade adorada, o final me pareceu triste demais, pois esperava que Fio, a personagem em questão conseguisse se livrar de um estigma que a tornou depreciativa para si própria, pois soube facilmente transcorrer do vazio ao vazio ao longo do romance. De qualquer forma, tentando eu parecer uma crítica literária, compreendi que ao menos Fio compreendeu que o seu nada, sua simples percepção do existir não precisava de espelhos ou julgamentos desnecessários, o que é perfeitamente ilustrado no decorrer das páginas, mas que ao final, ser adorada por sua banal existência fez com que sofresse uma invasão psicológica com a qual não precisava, ou ansiava ter que lidar. De qualquer forma, o livro é delicioso para nos livrarmos um pouco da imbecilidade de nossas vidas, e Fio é o condutor de como perceber nossas próprias máscaras nesse mundo. 

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