domingo, 22 de dezembro de 2013

Abre

 

Era meia-noite.
As sombras acordavam famintas...
Os ratos subiam pelo esgoto,
E mordiam os pássaros adormecidos.
Eu procurava a chave
Da última porta trancada.
Me diziam que atrás do seu umbral,
Não havia medos, nem mentiras.
Fechei os olhos, engoli o sangue na minha língua...
Abra...
Que és?
É a virgem dos seus pensamentos.
E não havia ela morta em todas as ruas?
Sim, mas me resta um último suspiro...
Então suspiras?
Quero meu desejo, senhor...
Então entres, donzela...
E a chave?
Um resto de luz que se espreme entre as frestas...
 
 

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