sábado, 14 de dezembro de 2013

Eternidade

 


Talvez só nos reste um emaranhado de fios,
Seu olhar tocando o resto dos meus seios,
A ponta dos meus dedos se enroscando nos seus cabelos,
A distância entre as estrelas em linhas retas,
Os galhos secos de árvores que existiram,
Um feixe de luz na escuridão,
Vestígios de saliva em nossos travesseiros,
Meu gozo branco se perdendo no leito de algum rio,
Um filete de sangue escorrendo pela minha garganta,
O vapor gelado de algum cometa,
As órbitas imaginárias de planetas que nunca colidiram,
Horizontes não vislumbrados,
Raios de uma última chuva.
Fios sem eletricidade durante o apagão.
Seus pelos brancos no meu ventre nu.
Uma linha contínua na tela do computador.

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