sábado, 14 de dezembro de 2013

Ladrilhos do Quintal

 

 
Debaixo dos ladrilhos,
No quintal de menina,
Eu ainda respirava.
A terra lenta, infestada de vermes,
E as crianças eram fantasmas brancos.
Ouvia um choro de criança,
Mas as portas estavam trancadas,
E os ratos famintos,
Me levavam ao suicídio.
O tempo passava na televisão em preto e branco,
Nenhum relógio tinha mais ponteiros.
E eu me confundia às pedras pequenas,
Trituradas e misturadas com o cimento.
As minhas mãos amarradas com arame,
Ervas mortas nos meus calcanhares.
E eu não perguntei o porquê.
Inventaram guerras,
E a juventude passava fome.
Mas alguma coisa estava obviamente errada,
E o fio de linha arrebentou.
Depois era outra manhã,
E dos ladrilhos nasceu a minha semente.
 

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